07 abril 2005

O produto

Cada vez mais somos um produto.

Além de ser um produto da sociedade, somos também um produto fabricado por nós.

Inconscientemente gostamos de o ser um produto, desde que sejamos um produto de primeira com o selo de garantia da ISO9001. Esta é a parte que nós mostramos o exterior. Se tivermos um bom “marketing”, conseguimos nos “vender” sem qualquer dificuldade.

Por outro lado não queremos ser um produto, gostamos de ser únicos, de valer pelo que valemos, ser quem somos e apenas ser pelo a simplicidade de ser. Como é obvio, lá as coisas se complicam. O foro intimo é lixado. Não dá para discutir a maneira que cada pessoa sente ou age. Pois a realidade de uma pessoa pode ser uma dimensão para outra.
Deveras complicado e ambíguo. Pois a conjuntura do momento e a situação para mim, pode ser vista por outra pessoa de uma maneira diferente. Acho que a isso se chama reacção!

Até eu já estou todo complicado.

Vamos ver pela verosímil sabedoria popular :

“ A 1º impressão é a que conta.”
“ Quem vê caras não vê corações.”
“ Mãos frias, coração quente.”
“ Diz-me com quem andas e digo-te quem és.”

E blá blá blá....

Fiquei na mesma. Nem mesmo a sabedoria popular, com a sua idade sabedora de experiências mil, em que o vento e a chuva fez encarquilhar a pele da certeza, nos dá resposta ao único objecto que nunca se vai descobrir. O Homem.

O Homem... produto de si mesmo, tão certo em atitudes como misterioso em pensamentos.

Bem, acho que vou ficar nesta prateleira deste hipermercado que é a vida, esperando que o cliente que segue seja um “consumidor” equilibrado tanto na imagem como no conteúdo do “produto”.

Já que sou um “produto”, gostava de ser uma banana, pois o exterior só serve para escorregar e o interior para “consumir”.

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